quinta-feira, 23 de outubro de 2014



Para Aristóteles (retrato de Francesco Hayez,1811) , o método certo para o estudo da natureza era a dialética, que não leva a conclusões lógicas perfeitas e acabadas, mas somente a probabilidades razoáveis. / Reprodução




Se você frequentou alguma dessas curiosas instituições que no Brasil se chamam "escolas", com certeza aprendeu que na Renascença o pensamento moderno dissipou as trevas medievais, colocando a ciência no lugar de uma névoa de superstições e crendices, como a magia, a alquimia e a astrologia. Se chegou à universidade, então, adquiriu a certeza absoluta de que foi isso o que aconteceu.

Pois é, aprendeu tudo errado. O assalto moderno ao pensamento escolástico predominante na Idade Média começou justamente trazendo de volta as práticas mágicas que a escolástica havia expulsado dos domínios da alta cultura.

Os pioneiros da modernidade – Tommaso Campanella, Giordano Bruno, Pietro Pomponazzi, Lucilio Vanini, entre outros – não só eram crentes devotos das artes mágicas, mas sua revolta contra a escolástica baseou-se essencialmente no desejo de colocá-las de novo no centro e no topo da concepção do mundo.

O advento da física matematizante e mecanicista de Descartes e Mersenne, em seguida, voltou-se muito menos contra a escolástica do que contra essa primeira leva de pensadores modernos, e nesse empreendimento serviu-se amplamente de argumentos aprendidos da escolástica.

A única diferença substantiva entre o mecanicismo de Descartes-Newton e a escolástica é que esta última, seguindo Aristóteles, não apostava muito no método matemático, cujo repentino sucesso a pegou desprevenida e desarmada.

A física aristotélico-escolástica era baseada nas qualidades sensíveis dos corpos, das quais ela obtinha, por abstração, os seus conceitos gerais. A ciência moderna desinteressou-se da "natureza" dos corpos e concentrou-se no estudo das suas propriedades mensuráveis. Daí resultou a concepção mecanicista, na qual todos os processos naturais se reduziam, em última análise, a movimentos locais e obedeciam a proporções matemáticas universalmente válidas.

No mais, o mecanicismo cartesiano concordava em praticamente tudo com a escolástica, especialmente no tocante às provas da existência de Deus e da alma, bem como à liberdade humana.

Hoje sabe-se que Descartes e seu amigo Marin Mersenne não estavam interessados em destruir a escolástica, mas em salvá-la da contaminação mágico-naturalista para a qual a antiga física das "qualidades" deixava o flanco aberto.

O mundo, porém, dá voltas. Aristóteles não levava a sério o método matemático porque não acreditava que nada na natureza se conformasse exatamente a qualquer medição ou regularidade inflexível. Para ele, o método certo para o estudo da natureza era a dialética, que não leva a conclusões lógicas perfeitas e acabadas, mas somente a probabilidades razoáveis.

O desenvolvimento da física quântica, no século 20, mostrou que as leis inflexíveis da física newtoniana só valiam para o quadro das aparências macroscópicas, mas que a matéria, na sua constituição mais íntima, admitia irregularidades e imprevistos que só podiam ser apreendidos numa ótica probabilística.

Aristóteles, portanto, não estava realmente errado. Apenas ele não tinha os instrumentos matemáticos para expressar numa linguagem quantitativa a sua noção de um universo probabilístico. Esses instrumentos, por ironia, vieram a ser criados justamente pela ciência moderna que desbancou temporariamente a física aristotélica. Sem a arte do cálculo, descoberta por Newton e Leibniz, a física quântica seria impossível, mas desde o advento desta última o abismo que separava o probabilismo aristotélico da física matematizante foi transposto. Um pouco mais adiante, uma releitura mais atenta da Física de Aristóteles mostrou nela, por baixo de erros de detalhe (por exemplo, quanto às órbitas planetárias), uma metodologia científica geral bastante fecunda e compatível com as exigências modernas. Na celebração dos 2400 anos do seu nascimento, em 1991, Aristóteles provou que ainda era até mais popular entre os cientistas do que entre os filósofos de ofício.

E, no seu livro O Enigma Quântico, o físico Wolfgang Smith demonstrou que todas as chaves conceptuais para uma fundamentação filosófica da física quântica já estavam dadas com séculos de antecedência na escolástica de Santo Tomás de Aquino. Era a vingança completa.

Não há um só historiador das ciências, hoje em dia, que ignore que foi exatamente assim que as coisas se passaram. Contudo, nas universidades brasileiras, parece que essas novidades velhas de meio século ainda não chegaram.

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A mídia brasileira, a mesma que escondeu por dezesseis anos a existência da mais poderosa organização política que já existiu no continente, levou mais de uma semana para admitir a realidade do massacre que estava e está ocorrendo na Venezuela, e mesmo assim o noticiou com discrição monstruosamente desproporcional com a gravidade dos acontecimentos. Acreditar que a FolhaO Globo e o Estadão pratiquem algo que mereça mesmo figuradamente o nome de "jornalismo" é apenas superstição residual. É a perna que continua se mexendo depois que o sapo morreu. Prefiro ouvir a www.radiovox.org.

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Fingindo provar o que dissera, o sr. Leandro Dias, aqui refutado em recente artigo, colocou na Carta Capital três links de textos meus, na clara expectativa de que o leitor se satisfizesse com isso e não fosse averiguá-los – pois em nenhum dos três havia a menor menção ao sr. George Soros como "marxista cultural", que ele me atribuía. Proponho a mudança do nome da revista para Carta Capetal.

Olavo de Carvalho é jornalista, ensaista e professor de Filosofia

Fonte: Diário do Comércio

quinta-feira, 9 de outubro de 2014



Na entrevista que concedeu ao “Jornal Nacional”, na biblioteca do Palácio da Alvorada, a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, ao responder pergunta sobre o excesso de corrupção nas administrações do PT, disse que seu governo foi o que mais estruturou os mecanismos de combate à corrupção, citando a Polícia Federal como órgão que, segundo ela, teria elevado o combate às irregularidades e maus feitos. “A Polícia Federal, no meu governo e no do presidente Lula, ganhou imensa autonomia, para investigar, para descobrir, para prender”, disse a presidente ao responder questionamento do âncora William Bonner.

A afirmação da presidente/candidata sobre o investimento na Polícia Federal é desmentida tanto por uma pesquisa recente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) como em uma campanha salarial dos funcionários do órgão. A pesquisa divulgada realizada pela Fenapef aponta que a ingerência política e o enfraquecimento da Polícia Federal – por ação ou omissão dos governos do PT – são as principais causas do recuo nas investigações de impacto contra a corrupção. Coletada num universo de 1.732 servidores da PF, a pesquisa mostra que 89,37% afirmam que há controle político da instituição, 75,28% dizem ter presenciado ou ouvido algum relato de interferência político e – o mais alarmante – 94,34% acreditam que o enfraquecimento do órgão, proposital, é uma espécie de “castigo” pelo fato de investigações anteriores terem chegado a personagens que gravitam em torno do poder.

A mesma Fenapef divulgou propaganda com inserções de rádio e televisão em que critica o que eles chamam de boicote do governo federal aos cargos de agente, escrivão e papiloscopista da Polícia Federal. Vejam o que diz a campanha dos funcionários da PF: “Pedimos apoio da sociedade contra o sucateamento da Polícia Federal promovido pelo governo Dilma: o cenário de queda dos investimentos, congelamento salarial, assédio moral, interferência política, péssimas condições de trabalho e índices alarmantes de suicídios. Apesar do descaso do governo, continuaremos a lutar contra a corrupção e pela segurança da sociedade brasileira”. Não é, portanto, um cenário de estímulo à Polícia Federal, como afirmou Dilma na entrevista à TV Globo.



Fonte: Sérgio Rocha Repórter


segunda-feira, 6 de outubro de 2014


01/10/2014 - 15H10/ atualizado 15H1010 / por Ana Freitas



Gigantes como a Sony, a Apple e a Samsung estão tentando fazer o conceito de wearables decolar, com relógios inteligentes que se integram com o celular. Esse conceito de gadget, no entanto, não tem outra opção senão decolar, com o perdão do trocadilho inevitável. O Nixie é uma câmera de pulso que voa.

Parecido com um mini-drone, o Nixie fica conectado ao seu pulso mas, controlado pelo celular, pode se desconectar e voar para fazer fotos de ângulos que você jamais alcançaria. Daí, retorna para o seu pulso.

Ficção científica demais? Apesar de ainda ser um conceito, o projeto do Nixie foi desenvolvido para um concurso da Intel para gadgets 'vestíveis' e já está em desenvolvimento. No site oficial, já é possível se inscrever para receber as próximas novidades do gadget.
 

Fonte: Revista Galileu



Jornalista Paulo Eduardo Martins sobre o desarmamento civil - Confronto Entrevistas, agosto de 2014


https://www.youtube.com/watch?v=KRQaWhPJIHU




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Atualização


Assista a entrevista na íntegra:






Rachel Sheherazade sobre o desarmamento civil - Tambaú Debate, 10/04/2014

quinta-feira, 2 de outubro de 2014


"O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle." (Paulo Francis)

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