domingo, 1 de dezembro de 2013

Projeto quer fazer com que computadores aprendam sem ser programados



Um programa de computador está "aprendendo sozinho" como adquirir bom senso através da análise de fotos do dia a dia.


O Never Ending Image Learner (NEIL, em inglês) - ou Aprendiz Sem Fim de Imagens, em português - é um projeto da universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos.

O objetivo do projeto é verificar se os computadores conseguem identificar – da mesma forma como fazem os humanos – aspectos comuns encontrados em imagens, como por exemplo perceber que barcos costumam navegar na água.

O computador do projeto NEIL passa todas as horas do dia analisando imagens. Desde julho, foram três milhões de imagens registradas.

Até agora o programa conseguiu identificar 1,5 mil objetos e 1,2 mil paisagens, além de descobrir 2,5 mil associações entre objetos presentes em diferentes fotos.

Os pesquisadores querem que o NEIL consiga aprender sobre a relação entre objetos diferentes sem precisar ser "ensinado" – ou seja, programado por humanos para fazê-lo.

"As imagens são a melhor forma de aprender sobre propriedades visuais", diz o pesquisador Abhinav Gupta, do Instituto de Robótica da Carnegie Mellon.

"Elas também trazem muita informação de bom senso sobre o resto do mundo. As pessoas aprendem isso sozinhas, e queremos que, da mesma forma, o NEIL faça isso."


Carros e patos

O NEIL já conseguiu "aprender" algumas coisas sozinho, como o fato de que carros estão bastante relacionados a estradas, e que patos se parecem com gansos.

Mas o programa também erra. O computador pode confundir o termo "pink" ("rosa") com uma famosa cantora com o mesmo nome.

Por conta destes erros, os humanos que controlam o computador do projeto NEIL ainda precisam interferir no seu processo de aprendizagem.

"As pessoas não sabem direito como nem o que ensinar aos computadores", diz o estudante de doutorado Abhinav Shivastava, que trabalha no laboratório.

"Mas os humanos são bons para dizer quando os computadores erram."

Outra função do NEIL é ajudar a criar o maior banco de dados visuais do mundo, onde objetos, paisagens, ações, atributos e relações podem ser rotulados e catalogados.

"O que aprendemos nos últimos cinco ou dez anos de pesquisa sobre visão computacional é que quanto mais dados conseguimos, melhor a capacidade de visão dos computadores", diz Gupta.

O supercomputador precisa de bastante memória para rodar, com mais de 200 processadores. Os pesquisadores têm planos de deixar o NEIL rodando por tempo indeterminado.


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