17/09/2014 às 14:10
“Almas sensíveis” e vulgares chegaram ao poder e destilam toda a sua falta de senso de humor e seu autoritarismo sob o manto do politicamente correto que defende as “minorias”. A patrulha dessa turma é enorme, e asfixia nossas liberdades.
São pessoas que se julgam no direito inalienável de não se sentir ofendidas jamais, mesmo que isso represente uma censura aos demais. Venho alertando para isso há anos, e cheguei a brincar com Marcelo Tas, certa vez, que temia pelo futuro de sua profissão de humorista.
Dessa vez foi o respeitado publicitário Washington Olivetto quem endossou tal crítica, afirmando que o politicamente correto matou a liberdade criativa. Com amigos em comum, já tive a oportunidade de testemunhar a sagacidade e as tiradas ácidas do publicitário pessoalmente.
Pode se exceder eventualmente, se estimulado, mas faz parte do ofício: sua mente trabalha em alta velocidade o tempo todo e a metralhadora giratória pode ferir alguns alvos no processo. Melhor isso do que uma mordaça que nos privaria de sua inteligência. Diz ele:
Para Olivetto, o humor brasileiro vive “uma crise de vulgaridade”. “É um humor que tenta gargalhar, mas não sabe fazer sorrir”. Penso logo no Porta dos Fundos, de Porchat e Duvivier. Escrachado, para arrancar gargalhadas vulgares, mas pouco refinamento, pouca inteligência de fato, que fale ao intelecto, como defendia o filósofo Henry Bergson em seu livro sobre o riso e a comicidade.
Talvez seja pedir demais termos um P.G. Wodhouse por aqui, com seu insuperável mordomo Jeeves. O humor britânico é mais sofisticado do que o nosso. Mas poderíamos ao menos lutar para preservar a inteligência no humor. E para tanto se faz necessário enfrentar os dois grandes obstáculos: a ditadura “velada” do politicamente correto e a vulgaridade. Será possível salvar o humor no Brasil?
Rodrigo Constantino
“Almas sensíveis” e vulgares chegaram ao poder e destilam toda a sua falta de senso de humor e seu autoritarismo sob o manto do politicamente correto que defende as “minorias”. A patrulha dessa turma é enorme, e asfixia nossas liberdades.
São pessoas que se julgam no direito inalienável de não se sentir ofendidas jamais, mesmo que isso represente uma censura aos demais. Venho alertando para isso há anos, e cheguei a brincar com Marcelo Tas, certa vez, que temia pelo futuro de sua profissão de humorista.
Dessa vez foi o respeitado publicitário Washington Olivetto quem endossou tal crítica, afirmando que o politicamente correto matou a liberdade criativa. Com amigos em comum, já tive a oportunidade de testemunhar a sagacidade e as tiradas ácidas do publicitário pessoalmente.
Pode se exceder eventualmente, se estimulado, mas faz parte do ofício: sua mente trabalha em alta velocidade o tempo todo e a metralhadora giratória pode ferir alguns alvos no processo. Melhor isso do que uma mordaça que nos privaria de sua inteligência. Diz ele:
Você tem de um lado o cara politicamente correto, que é cerceador e bem educadinho. E do outro o incorreto, que é mal educado e pseudo-divertido. Temos que buscar o que é politicamente saudável, que respeita a inteligência, mas com irreverência e bom humor. Há coisas que não são ofensivas, mas fazem pensar.
Para Olivetto, o humor brasileiro vive “uma crise de vulgaridade”. “É um humor que tenta gargalhar, mas não sabe fazer sorrir”. Penso logo no Porta dos Fundos, de Porchat e Duvivier. Escrachado, para arrancar gargalhadas vulgares, mas pouco refinamento, pouca inteligência de fato, que fale ao intelecto, como defendia o filósofo Henry Bergson em seu livro sobre o riso e a comicidade.
Talvez seja pedir demais termos um P.G. Wodhouse por aqui, com seu insuperável mordomo Jeeves. O humor britânico é mais sofisticado do que o nosso. Mas poderíamos ao menos lutar para preservar a inteligência no humor. E para tanto se faz necessário enfrentar os dois grandes obstáculos: a ditadura “velada” do politicamente correto e a vulgaridade. Será possível salvar o humor no Brasil?
Rodrigo Constantino
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